Empresa paga para registrar íris em São Paulo e levanta debate sobre privacidade

 

Empresa paga para registrar íris em São Paulo e levanta debate sobre privacidade

Uma empresa de tecnologia está causando alvoroço em São Paulo ao oferecer pagamentos em criptomoedas para quem aceitar registrar a íris dos olhos. A acção, que promete cerca de R$ 500 por cadastro, já atraiu quase meio milhão de pessoas na capital paulista. No entanto, a novidade levantou debates sobre segurança e privacidade digital. 
 
Equipamentos conhecidos como "Orb" estão instalados em 35 pontos movimentados da cidade, capturando imagens detalhadas das íris dos voluntários. A empresa afirma que os dados não são armazenados directamente, mas sim criptografados e enviados ao celular do usuário, que mantém controle total sobre as informações. 
 
A justificativa para a colecta é criar uma nova forma de identificação digital que diferencie humanos de bots em um futuro dominado por inteligência artificial. Segundo especialistas, o reconhecimento por íris é um dos métodos mais seguros disponíveis, apresentando erro em apenas uma a cada 1,2 milhão de tentativas. 
 
Porém, críticos alertam para os riscos do uso indevido dessas informações. Governos como os da Alemanha, Espanha e Portugal já proibiram iniciativas similares devido a preocupações com privacidade.
 
Embora a empresa responsável garanta que nenhuma imagem das íris é armazenada, apenas códigos fragmentados, especialistas apontam que a captura massiva de dados biométricos pode comprometer a confidencialidade das pessoas no futuro. 
 
O Domingo Espectacular investigou a operação e entrevistou participantes que, em sua maioria, não sabiam ao certo o que estavam cedendo. Um dos fundadores da empresa é também o criador do ChatGPT, popular ferramenta de inteligência artificial. 
 
Enquanto muitos aproveitam o dinheiro extra, a discussão sobre o impacto ético e tecnológico dessa iniciativa continua em pauta. A empresa assegura que seu objetivo é positivo, mas especialistas recomendam cautela ao compartilhar dados biométricos tão únicos.

Enviar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem