"Peço à União Europeia que veja Moçambique lugar onde vive um povo que chora há mais de 50 anos"

Moçambique em 50 anos de independência: um país estagnado e em busca de soluções

Na celebração da tomada de posse do novo Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, um jovem manifestante compartilhou sua visão sobre os desafios que o país enfrenta após cinco décadas de independência.

A entrevista, realizada na Praça da Independência, revelou uma perspectiva crítica sobre o regime vigente e a situação socioeconómica da população.

“Eu não concordo com Daniel Chapo como presidente. Ele não foi eleito pelo povo. O verdadeiro presidente eleito é Venâncio Mondlane”, afirmou o jovem, referindo-se ao líder do partido PODEMOS.

Para ele, a democracia em Moçambique é uma fachada, comparando-a a regimes autoritários de outros países.

O manifestante apelou à União Europeia para olhar além dos recursos naturais e enxergar o sofrimento da população:

“Peço à União Europeia que veja Moçambique como um lugar onde vive um povo que chora há mais de 50 anos. Nós já não aguentamos o regime da FRELIMO.”

A crítica não poupou o legado do governo desde a independência. Ele destacou que Moçambique permanece sem avanços significativos em educação, saúde ou infra-estrutura, enquanto países como Burkina Faso, segundo ele, demonstraram progresso em apenas dois anos.

“Até hoje, tudo o que temos foi deixado pelos portugueses. Em 50 anos, a FRELIMO não fez nada. Ainda cartamos água do poço em pleno 2025”, lamentou.

A entrevista trouxe à tona um sentimento comum de frustração entre os jovens, que se vêem obrigados a sustentar suas famílias sem apoio social ou perspectivas de melhoria. Para muitos, a situação actual representa uma regressão civilizacional, um reflexo de décadas de governança ineficaz.

A comunidade internacional, segundo o jovem, tem ignorado o declínio de Moçambique, enquanto a população enfrenta condições de vida cada vez mais precárias. Apesar das promessas de mudança feitas pelo recém-empossado presidente, o sentimento geral é de cepticismo.

A reportagem foi transmitida por um canal de televisão, gerando reacções intensas nas redes sociais. Muitos questionaram o futuro do país sob a liderança actual, enquanto outros pedem reformas urgentes para evitar que Moçambique continue a “marcar passo” no cenário global.

Esta manifestação reflecte uma demanda crescente por transformação, com vozes jovens liderando um clamor por democracia verdadeira e progresso real. (João Tilly para Jornal Ao Minuto)

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