Diniz Tivane Faz Declarações Explosivas Sobre a Situação de Moçambique
Na mais recente polémica do cenário político moçambicano, Diniz Tivane, um dos principais aliados de Venâncio Mondlane, conhecido por seus seguidores como "Presidente do Povo" ou simplesmente "VM7", fez declarações contundentes sobre o estado actual do país e o papel da academia.
Em um vídeo publicado no canal do YouTube “Mostramos Moçambique”, Tivane expôs críticas severas a intelectuais, académicos e ao próprio governo, abordando temas como educação, segurança pública e gestão do Estado.
A Universidade Falhou?
Uma das declarações mais marcantes de Diniz Tivane foi a sua crítica à academia moçambicana. Segundo ele, as universidades do país falharam em sua missão de formar cidadãos preparados para enfrentar os desafios sociais e políticos.
"A academia em Moçambique falhou por completo. Uma universidade deveria produzir conhecimento e dotar os cidadãos de habilidades para o progresso, mas não é isso que acontece", afirmou.
Para Tivane, os académicos não têm direccionado seus esforços para resolver os problemas estruturais do país, focando apenas nas consequências e não nas causas.
Ele acredita que a falta de uma formação crítica e engajada contribuiu para que Moçambique se tornasse, segundo suas palavras, "um exemplo de uma não República, de uma não Nação, de um não Estado".
Críticas à Gestão do Estado
Outro ponto levantado por Tivane foi a forma como o Estado moçambicano opera, deixando a população à mercê da própria sorte. Ele mencionou a situação de infra-estrutura como um exemplo do colapso da governança:
"O cidadão vai atrás do terreno, constrói sua casa, faz a rua, coloca água, energia e saneamento. E, depois, é o Estado que aparece para cobrar impostos".
A segurança pública também foi alvo de suas críticas. Tivane mencionou os frequentes casos de raptos no país, que há mais de uma década ocorrem sem uma resposta efectiva das autoridades.
Segundo ele, há fortes indícios de envolvimento de forças policiais nos crimes, e mesmo assim, a população não encontra respaldo no próprio Estado para garantir sua protecção.
A Alternância de Poder Como Solução
O discurso de Tivane também abordou as recentes eleições em Moçambique e a frustração popular com os resultados. Ele argumenta que a população votou em busca de alternância de poder, mas teve sua vontade frustrada.
Para ele, o maior problema do país está na perpetuação da FRELIMO no governo. "Os académicos precisam parar de ver problemas onde não há. O problema de Moçambique é a FRELIMO", disse de forma categórica.
Ele criticou ainda o recém-apresentado plano de 100 dias do governo de Daniel Chapo, afirmando que se trata apenas da conclusão de projectos do governo anterior e não de um plano genuíno de governança.
Manifestações e o Direito à Resistência
Tivane também comentou sobre a revolta popular diante de promessas não cumpridas pelo governo, citando como exemplo o caso de Chibuto, onde famílias foram removidas de suas terras para dar lugar a uma empresa de exploração de areias pesadas.
Ele denuncia que os moradores foram enganados, receberam indemnizações muito abaixo do prometido e perderam suas fontes de sustento.
Para ele, os académicos e intelectuais precisam parar de criticar as reacções do povo e começar a focar nas reais causas do problema. “A população foi encurralada ao limite. Não se pode esperar que as pessoas aceitem passivamente essa situação”, afirmou.
Conclusão: Um Chamado à Coragem
Encerrando seu discurso, Tivane fez um apelo directo aos académicos, pedindo que abandonem a postura passiva diante da crise do país. "Está na hora dos académicos pararem de ser covardes. Isso é uma vergonha", disse.
As declarações de Diniz Tivane reacenderam o debate sobre a situação política e social de Moçambique, dividindo opiniões entre os que apoiam suas críticas e os que consideram suas palavras demasiado duras.
O certo é que sua fala trouxe novamente à tona as questões da governança, do papel da academia e do direito à contestação popular.