
O Secretário de Estado na província de Nampula, Plácido Nerino Pereira, apelou a um redobrar de esforços por parte da sociedade e das autoridades de saúde para retirar a província da lista das mais afectadas pela malária em Moçambique.
Falando na última sexta-feira (25 de Abril), durante as celebrações do Dia Mundial da Luta contra a Malária, o dirigente reconheceu os progressos no combate à doença, mas considerou-os ainda insuficientes.
Dados recentes indicam que Nampula registou uma redução inferior a 1% no número de casos no primeiro trimestre de 2025, comparado com o mesmo período de 2024, passando de 800.224 para 792.210 casos. No entanto, registou-se uma queda significativa no número de óbitos, com 30 mortes neste ano, uma redução de 31,8%.
“Apesar destes resultados encorajadores, não podemos descansar. Precisamos ser mais criativos e activos, reforçando as sinergias entre o governo, a sociedade civil, o sector privado e as comunidades”, declarou Plácido Pereira, sublinhando que são necessários esforços concertados para livrar Nampula da malária. “Temos de deixar de ser chamados de campeões da malária”, advertiu.
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Foto: Jornal Rigor |
O Secretário de Estado destacou ainda o impacto económico da doença. “A malária continua a ser a principal causa de procura de cuidados médicos nas nossas unidades sanitárias, o que pesa fortemente nas finanças públicas”, disse, referindo-se aos custos com medicamentos, prevenção, redes mosquiteiras e campanhas de pulverização.
Além disso, Pereira alertou para os perigos da desinformação, que contribui para desacreditar os profissionais de saúde.
“Infelizmente, temos assistido à disseminação de mitos que associam a introdução da malária aos profissionais de saúde. Esta desinformação não só mata, como também mina o nosso sistema de saúde”, denunciou.
Por sua vez, a administradora do distrito de Nampula, Irene Maria Mega, sublinhou a necessidade de intensificar as acções preventivas.
O distrito registou 205.886 casos de malária no primeiro trimestre de 2025, um aumento de 4,1% em relação ao mesmo período do ano passado.
“A taxa de incidência foi de 195 casos por cada mil habitantes”, revelou, acrescentando que, apesar do aumento de casos, não houve registo de óbitos no distrito, o que demonstra a eficácia do tratamento clínico.
As intervenções das autoridades reforçam o apelo à união de esforços para eliminar a malária como ameaça de saúde pública na província.
Fonte: Jornal Rigor