
A Unidade de Intervenção Rápida (UIR) reprimiu com violência um protesto pacífico protagonizado por ex-guerrilheiros da RENAMO, utilizando balas reais e gás lacrimogéneo.
O ato configura uma clara violação da Constituição da República de Moçambique (Art. 52) e da Declaração Universal dos Direitos Humanos, colocando em causa o respeito ao direito à manifestação e à integridade física dos cidadãos.
A repressão reacende o debate sobre o processo de reconciliação nacional, cada vez mais visto como um acordo celebrado apenas ao nível das lideranças, sem eco nas bases do antigo movimento armado.
Os ex-combatentes, que carregaram o peso da guerra, hoje sentem-se traídos e desamparados.
Em meio à tensão, ganha força a suspeita de um possível pacto entre Ossufo Momade, atual líder da RENAMO, e o partido no poder.
A complacência diante da violência policial e o silêncio institucional alimentam a percepção de que a liderança política pode estar a proteger interesses próprios, deixando a base guerrilheira à margem.
Mais do que um episódio de repressão, os eventos recentes revelam a fragilidade estrutural da paz em Moçambique — uma paz imposta de cima para baixo, que ainda não encontrou raízes sólidas entre os que mais sofreram com o conflito. Continua LER mais Clique Aqui