
Esperança interrompida: ataques de Israel abalam progresso político e social do Irão
Nos últimos anos, o Irão vinha mostrando sinais de avanço democrático, econômico e social.
O movimento das mulheres, liderado pelo lema “Mulheres, Vida, Liberdade”, conquistava espaço; reformas econômicas começavam a ser debatidas; e as relações diplomáticas com países vizinhos se fortaleciam.
A eleição do moderado Masoud Pezeshkian, após a morte do presidente Ebrahim Raisi, simbolizou a tentativa de reconstruir a confiança interna e dialogar com o Ocidente, incluindo negociações nucleares com os EUA.
No entanto, essa trajetória foi abruptamente interrompida pelos ataques de Israel.
A ofensiva, que incluiu o bombardeio de alvos militares e civis, matou dezenas e resultou na suspensão da sexta rodada de negociações nucleares que se realizaria em Omã.
O povo iraniano, que não desejava a guerra, vê-se agora entre a frustração interna e a agressão externa.
Segundo Esfandyar Batmanghelidj, autor do artigo publicado no The Guardian, os ataques israelitas representam não apenas uma agressão física, mas uma tentativa de sabotar as esperanças de milhões de iranianos por um futuro mais livre e próspero.
A história do Irão é marcada por intervenções estrangeiras que sufocaram avanços internos, e os recentes acontecimentos parecem repetir esse ciclo.
“O povo iraniano não tem mais controle sobre seu futuro e se vê observando as trajetórias dos mísseis balísticos, imaginando o que poderia ter acontecido.” – conclui Batmanghelidj.
📎 Fonte: Artigo de opinião de Esfandyar Batmanghelidj, publicado no The Guardian, em 17 de Junho de 2025.