
Moçambique entre os PALOP mais afetados pela crise climática global
Moçambique figura entre os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) mais vulneráveis aos efeitos das alterações climáticas, com impactos diretos sobre vidas humanas e comunidades.
De acordo com o Instituto Nacional de Gestão e Redução do Risco de Desastres (INGD), mais de 400 pessoas morreram e 1.800 ficaram feridas devido à passagem de seis ciclones nos últimos três anos.
O alerta surge num momento em que a temperatura média global em 2023 atingiu 1,52 ºC acima da era pré-industrial, ultrapassando o limite do Acordo de Paris.
Especialistas temem um agravamento da crise climática, principalmente com o abandono do acordo pelos Estados Unidos e a falta de compromisso financeiro dos países desenvolvidos.
“O grande problema está no financiamento. Os países ricos falham na hora de cumprir com os apoios prometidos”, criticou Eduardo Baixo, representante moçambicano na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas.
Segundo ele, os fundos estão a ser desviados para conflitos armados, em detrimento da ação climática.
A especialista brasileira Stela Herschmann reforça: “O mundo está a caminhar para um colapso, não apenas uma crise. E os países em desenvolvimento continuam a pagar o preço”.
A Conferência da ONU sobre o Clima (COP30), marcada para acontecer em Belém, Brasil, em novembro, será mais um teste à vontade política global de enfrentar o desafio climático. (DW)