
A rejeição do presidente russo, Vladimir Putin, a uma proposta de cessar-fogo de 30 dias levou a Ucrânia e líderes europeus a intensificarem os preparativos para aplicar novas sanções contra Moscovo.
A proposta de trégua havia sido articulada por potências ocidentais, mas Putin sugeriu, como alternativa, negociações diretas com Kyiv, previstas para ocorrer na quinta-feira em Istambul.
O ministro ucraniano das Relações Exteriores, Andrii Sybiha, criticou a posição russa nas redes sociais, acusando Moscou de ignorar sistematicamente as oportunidades para acabar com a guerra.
“A Rússia desperdiça mais uma chance de interromper o derramamento de sangue”, afirmou Sybiha na plataforma X.
Em Londres, líderes da União Europeia, incluindo representantes da França, Alemanha, Reino Unido e Polônia, discutiram medidas severas de retaliação.
As opções em avaliação incluem sanções ao sistema financeiro russo, ao setor energético e ao banco central, bem como o reforço da ajuda militar à Ucrânia.
O bloco avisou que sanções "massivas" serão anunciadas caso Moscovo não mude sua posição até o final do dia.
A postura do ex-presidente dos EUA, Donald Trump, que defendeu a realização “imediata” das negociações, contrariou o consenso europeu de manter a pressão sobre a Rússia antes do diálogo. A declaração de Trump gerou mal-estar entre os aliados, que buscavam uma frente diplomática coesa.
O Kremlin, por sua vez, reiterou que qualquer negociação futura deve partir de um acordo preliminar elaborado em 2022, que prevê restrições severas à soberania militar da Ucrânia — exigências que Kyiv considera inaceitáveis.
Com o fracasso da tentativa de cessar-fogo, todas as atenções agora se voltam para Istambul, onde as negociações podem determinar o rumo da guerra nos próximos meses. A presença de Putin na reunião, no entanto, ainda não foi confirmada.
Fonte: The Washington Post