Em sua primeira semana no cargo, a recém-eleita presidente da Namíbia, Netumbo Nandi-Ndaitwah, surpreendeu a comunidade internacional ao exigir que a Alemanha preste contas pelo genocídio cometido contra os povos Herero e Nama entre 1904 e 1908 — considerado o primeiro genocídio do século XX.
Durante a era colonial, quando a atual Namíbia era conhecida como África do Sudoeste Alemã, tropas imperiais alemãs massacraram dezenas de milhares de pessoas em retaliação a levantes contra o domínio europeu.
Estima-se que até 80% do povo Herero e 50% do povo Nama tenham sido exterminados em campos de concentração e desertos.
Em pronunciamento firme, Nandi-Ndaitwah declarou que a Alemanha ainda deve três coisas fundamentais à Namíbia:
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Reconhecimento público e inequívoco do genocídio;
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Pedido formal de desculpas;
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Reparações justas e significativas.
“Esta não é apenas uma luta da Namíbia — é uma luta de todo o continente africano por memória, dignidade e justiça”, afirmou a presidente.
Embora o governo alemão já tenha reconhecido o massacre como genocídio em 2021 e prometido apoio financeiro no valor de 1,1 mil milhões de euros, autoridades e organizações namibianas criticam o pacote como insuficiente e sem o verdadeiro peso de reparações.
A posição de Nandi-Ndaitwah sinaliza uma nova era de diplomacia africana centrada na verdade histórica e nos direitos humanos — colocando a questão colonial novamente no centro do debate global.
Fonte: Bwe Curioso / Facebook
Publicação original disponível em: facebook.com/bwecurioso
