
Às portas das celebrações do 50.º aniversário da independência nacional, a Associação dos Combatentes da Luta de Libertação Nacional (ACLLIN) em Nampula fez um balanço crítico dos últimos cinco decénios da história de Moçambique.
Para Henriques Naweka, secretário provincial da organização, o país viveu apenas 20 anos de verdadeira independência, devido à sucessão de guerras civis, instabilidade armada e terrorismo.
“Esses cinquenta anos referem-se apenas à independência política. Logo depois enfrentámos a guerra civil, depois novos conflitos no centro com os guerrilheiros de Mariano Nhongo e, agora, o terrorismo em Cabo Delgado”, afirmou Naweka, sublinhando que a constante instabilidade desviou o foco do desenvolvimento para a gestão de crises.
O dirigente da ACLLIN criticou ainda a falta de rumo da juventude actual e a perda do espírito patriótico, alertando para a ausência de programas de governação eficazes dirigidos aos jovens.
“Hoje cada um educa os filhos à sua maneira, muitas vezes mal. No nosso tempo, havia uma causa comum”, disse.
Como caminho para o relançamento do país, Naweka apontou a agricultura como sector estratégico. Defendeu que os jovens deviam abandonar as cidades e regressar ao campo, onde existe potencial produtivo inexplorado.
Apesar da visão crítica, o representante da ACLLIN acredita que Moçambique pode recuperar o tempo perdido, desde que se estabeleça paz duradoura.
“Se acabarmos com a instabilidade, em cinco ou seis anos Moçambique pode dar um salto económico significativo”, concluiu.
📌 Fonte: Jornal Rigor, 13 de Junho de 2025.