
Jornal Ao Minuto - Durante visita oficial, analista defende que Moçambique deve focar nos bons exemplos de Angola e evitar práticas autoritárias do país irmão.
O Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, realiza uma visita oficial a Angola nos dias 15 e 16 de maio, com foco na cooperação política e económica entre os dois países.
A deslocação está a ser acompanhada com atenção tanto no meio político como empresarial, pela relevância das relações históricas entre Moçambique e Angola.
De acordo com Muhamad Yassine, especialista em Relações Internacionais ouvido pela DW África, esta é uma oportunidade para Moçambique aprender com os exemplos positivos da experiência angolana, especialmente na gestão de recursos naturais e criação de zonas francas.
No entanto, ele faz um alerta: o país deve evitar importar práticas políticas autoritárias e o notório défice democrático que ainda marca o regime angolano.
“Que não vá o governo de Moçambique nesta viagem aprender mais uma forma de reprimir o seu povo, igual ao que Angola está a fazer agora”, afirmou Yassine.
Segundo ele, Angola tem desempenhado um papel importante na estabilidade da FRELIMO, tendo sido um dos primeiros países a reconhecer a vitória de Chapo nas últimas eleições.
A visita também representa, na visão do especialista, um “agradecimento partidário” pela solidariedade angolana nas recentes crises político-eleitorais moçambicanas.
Apesar disso, ele frisa que a juventude e o discurso de renovação de Chapo são sinais de esperança, e que o presidente moçambicano tem a chance de seguir um caminho próprio e democrático, evitando os erros do aliado.
A expectativa é de que Daniel Chapo e João Lourenço discutam novas oportunidades de cooperação económica, sobretudo nos setores de energia, infraestruturas e comércio. Continua aqui
Fonte: Deutsche Welle (DW África)