General Michael Langley levanta sérias acusações contra Ibrahim Traoré, reacendendo o debate sobre interferência internacional e soberania africana.
O General Michael Langley, comandante das forças dos Estados Unidos em África, acusou publicamente o líder interino de Burkina Faso, Ibrahim Traoré, de utilizar as reservas de ouro do país exclusivamente para garantir sua proteção pessoal e manter o regime no poder.
As declarações foram feitas durante uma audiência oficial nos EUA, gerando ampla repercussão internacional.
Langley afirmou que os recursos naturais de Burkina Faso, particularmente o ouro, estariam a ser canalizados para fortalecer a estrutura de segurança do regime e não para beneficiar a população. “Absolutamente. Isso é corrupção e apropriação dos recursos nacionais”, disse Langley.
A declaração acendeu alarmes geopolíticos, sobretudo após a comparação feita nas redes sociais entre Traoré e o ex-líder líbio Muammar Kadhafi, que foi deposto e morto em 2011 após acusações semelhantes e intervenção internacional.
Burkina Faso tem sido alvo de crescentes tensões diplomáticas com potências ocidentais, enquanto estreita laços com países como Rússia e Mali.
Traoré, que chegou ao poder através de um golpe militar em 2022, tem promovido políticas de soberania econômica e recentemente inaugurou uma refinaria de ouro para reduzir a dependência de parceiros externos.
Ativistas africanos e líderes da sociedade civil denunciaram o que consideram ser mais um sinal de ingerência estrangeira nos assuntos internos do continente.
“Quando a África tenta proteger os seus recursos, rapidamente se torna uma ameaça para o Ocidente”, afirmam críticos da presença militar dos EUA na região.
A acusação levanta questões sobre a legitimidade das intervenções externas e reacende o debate sobre a nova "corrida ao ouro" em África, em meio a uma crescente disputa de influência entre potências globais.
Fonte: Joaquim Kanumbua (YouTube), vídeo publicado a 23 de abril de 2025, com base em declarações do General Michael Langley dos EUA.